Caros amigos que me leem, o título é uma curiosidade que muitos de vocês tem, mas por algum motivo não pergunte a mim, mas calma, é algo bom. Muitos que me conhecem até sabem o que eu penso, mas a outras pessoas cabe a curiosidade de saber o que eu penso em ser um deficiente físico neste mundo de hoje. Como é ser deficiente físico e com paralisia cerebral? É o que tentarei explanar nestas linhas.
Antes de tudo, vou explicar que a paralisia cerebral pode afetar tanto o lado motor, (coordenação motora, movimentos involuntários) como a cognição como a dificuldade de entender as coisas, ou somente um dos dois. No meu caso, como é sabido, só afetou o lado motor, tenho movimentos involuntários, dificuldade de realizar coisas como cortar alimentos, calçar meia e outras coisas.
Eu fiz essa explicação para dizer algo que passo muito nas ruas e saídas que é a falta de informação e de convivência com o deficiente, especialmente quem tem paralisia cerebral. Muitas pessoas acham que toda pessoa que tem paralisia cerebral tem o lado cognitivo afetado, e se surpreendem quando conto minha história, que estudei, trabalho, bebo minha cerveja. Essa surpresa é um dos lados que me deixam satisfeito de ser deficiente.
Porém, nem tudo são flores nessa história, essa falta de jeito e um certo preconceito que as pessoas tem com a pessoa com paralisia cerebral já me rendeu histórias frustrantes. Já fui impedido em beber álcool em alguns lugares por acharem que eu tomava algum remédio controlado, mas isso foi minoria. As vezes eu caio na rua e as pessoas acham que eu tenho convulsão, sendo que nunca tive convulsão e nem tomo remédio pra impedir tal problema. O que acontece é que devido ao meu quadro, os movimentos involuntários são tão grandes que me derrubam, mas nada demais, nunca machuquei feio nestas quedas.
Ser deficiente para mim é matar um leão por dia, mas não desistir de ser um ser humano bom, ser um exemplo de vida para outras pessoas. Ser deficiente é como ser qualquer um, que tem seus direitos, deveres, vontades, necessidades, mas que não é nem um super-humano e nem alguém a margem da sociedade, só alguém que quer ser incluído na sociedade,
É saber lidar com as limitações do meu corpo, saber o limite do nosso corpo e tentar melhorar a qualidade de vida minha, com a fisioterapia e terapia que me ajudam a me conhecer melhor e saber esses limites que a deficiência me impõe.
Bom, ser deficiente é ser qualquer um e estou aberto a todos querem saber mais como é ser deficiente, convido o leitor a conhecer o meu mundo e podem perguntar o que quiser através das minhas redes sociais (@leo_martins_13 e @rolezinhoacessivel2019 no instagram).
Viva o deficiente!!!